domingo, 26 de novembro de 2017

Dialogicidade


Somos seres históricos, sociais e inacabados. E é esta última característica que torna a educação possível, pois é a partir do momento em que tomamos a consciência do nosso estado inconcluso que abrimos os caminhos para o conhecimento. Somente o ser humano pode ser educado, os outros seres vivos são adestrados ou cultivados.
É através do conhecimento do mundo e das relações com os indivíduos que o conhecimento vai tomando forma. A curiosidade é fator imprescindível nessa construção, uma vez que é ela que nos torna seres perguntadores, seres cheios de dúvidas a serem respondidas e pesquisadas.
Por isso, torna-se indispensável suscitar em nossos alunos a sua curiosidade, pois é somente através dela que eles se tornarão seres pensantes através de uma posição reflexivo-crítica, ou seja, quando a curiosidade pode tornar-se epistemológica.
A curiosidade epistemológica ocorre num contexto teórico e supera a curiosidade ingênua, ela se faz metódica e passa pelo conhecimento ao nível do senso comum para chegar ao conhecimento em nível científico.
A relação dialógica é indispensável para a construção da curiosidade epistemológica, pois é cheia de curiosidade, de inquietação e de respeito mútuo entre os sujeitos, pois o sujeito que pergunta sabe a razão por que o faz e tem a preocupação de aprender.
Neste contexto, “o papel do educador progressista é desafiar a curiosidade ingênua do educando para, com ele, partejar a criticidade” (FREIRE, 2000, p. 79). Mas, para que o educador possa realizar essa tarefa, é necessário que esteja preparado através de uma boa formação e essa é uma lacuna que precisa ser superada através de uma política pedagógica baseada no tratamento digno do magistério, no exercício de sua formação autêntica.


FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. São Paulo, Editora Olho d’Água, 2000.

Os 4 pilares da educação

Segundo Delors, citado por Prado et al., (p.9), a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Ou seja, o papel do professor é muito mais do que a simples construção de conhecimentos, pois é necessário que o professor possa formar cidadãos que saibam aplicar esses conhecimentos adquiridos, de maneira adequada, em diferentes situações de sua vida.

PRADO, Alcindo Ferreira; COUTINHO, Jeciliene Barreto; REIS, Osvaldineide Pereira de Oliveira; VILLALBA, Osvaldo Arsenio. Ser professor na contemporaneidade: desafios da profissão.


Ser professor

Historicamente, a profissão de professor é vista como uma missão, uma vocação, assim como um sacerdote.
Na minha opinião, essa afirmação acaba por menosprezar a profissão do professor, que precisa estudar e ir em busca de formação para poder exercer sua profissão como qualquer outro profissional. “Entretanto, se educar é missão, é dom torna-se incoerente e desnecessário exigir que o professor invista em sua formação acadêmica e continuada”. (PRADO et al., p.3).
Só conseguiremos ser valorizados quando a sociedade compreender que ser professor requer muito estudo e uma busca continuada por formação e, que, para que possamos desempenhar de forma eficiente o nosso trabalho precisamos de tempo para realizarmos esse aperfeiçoamento/formação, pois, enquanto o professor precisar ficar 40 horas ministrando aula e buscar formação fora de seu horário de trabalho, isso não será possível.



PRADO, Alcindo Ferreira; COUTINHO, Jeciliene Barreto; REIS, Osvaldineide Pereira de Oliveira; VILLALBA, Osvaldo Arsenio. Ser professor na contemporaneidade: desafios da profissão.

Altas habilidades


Sempre imaginei que a pessoa com altas habilidades fosse um gênio, aquele aluno que se destacasse intelectualmente em todas as atividades, porém, segundo o texto, “a pessoa com altas habilidades apresenta interesses variados, tem diferentes aptidões, tem necessidade de convivência, e atinge seu maior aproveitamento em ambientes estimulantes”.
Percebo agora que já fui e sou professora de alunos com altas habilidades e que, infelizmente, eles não foram e não são atendidos de acordo com suas reais necessidades. Nos preocupamos muito em atender e incluir os alunos com deficiências, pois, geralmente, a mesma é visível e de fácil diagnóstico e esquecemos de ter um olhar especial para os demais alunos.
Entendo também que é muito importante que a escola como um todo esteja preparada para dar esse atendimento especializado para os alunos com altas habilidades e que assim como nos casos de deficiências existe um longo caminho para que essa inclusão aconteça.
A partir de agora, o fato de ter um pouco mais conhecimento sobre o assunto me fará ter uma nova postura diante desses alunos.