A História como
disciplina escolar surgiu no século XIX, na França. No Brasil, sob influência
do pensamento liberal francês, após a independência de 1822, estruturou-se no município
do Rio de Janeiro, o Colégio Pedro II e seu primeiro regulamento, de 1838,
determinou a inserção dos estudos históricos no currículo, a partir da sexta
série.
Assim, a história
incialmente estudada no país foi a história da Europa Ocidental, apresentada
como a verdadeira História da Civilização. A história da pátria surgia como seu
apêndice, sem um corpo autônomo e ocupando papel extremamente secundário.
Na República, a
preocupação com a constituição da nacionalidade e a formação da nação esteve
sempre presente. No plano de estudos deveria se estudar a biografia de
brasileiros célebres e notícias históricas do Brasil Colônia e Império e a
história da Proclamação da República.
A aceitação da História
como disciplina nos ginásios oficiais em São Paulo não foi pacífica, porém foi
uma posição vencida.
O fio condutor do
processo histórico centralizou-se no colonizador português e, depois, no
imigrante europeu e nas contribuições de africanos e indígenas. Procurou-se criar
a ideia de nação resultante da colaboração de europeus, africanos e nativos,
identificada às similares europeias.
Seu conteúdo foi
determinado pelas ideias de nação, de cidadão e de pátria que se pretendiam
legitimar na escola. Veiculou-se, assim, um discurso histórico que enfatizava
de um lado, a busca do equilíbrio social, e, de outro, a contribuição harmoniosa,
sem violência ou conflito, de seus variados e diferenciados habitantes (e grupos
sociais) para a construção de uma sociedade democrática e sem preconceitos de
qualquer tipo. Realçando, mais uma vez, um país irreal, mascarando as
desigualdades sociais, a dominação oligárquica e a ausência da democracia
social.
A América bem como a
África foram praticamente esquecidas do currículo, na maior parte do período. No
início da década de cinquenta, depois de intensos debates, o estudo da América
foi introduzido.
No entanto, nesses dois séculos,
vozes procuraram fazer surgir novas possibilidades de se ensinar história.
Defendeu-se a necessidade
de os alunos adquirirem hábitos de investigação, de análise, de juízo, de
generalização, de raciocínio lógico e de crítica, aceitando o aluno como corresponsável
pelo seu processo educativo e fazendo-o compreender que a história irá ajudá-lo
na compreensão de si, dos outros e do lugar que ocupa na sociedade.
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