segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O ensino de história no Brasil


A História como disciplina escolar surgiu no século XIX, na França. No Brasil, sob influência do pensamento liberal francês, após a independência de 1822, estruturou-se no município do Rio de Janeiro, o Colégio Pedro II e seu primeiro regulamento, de 1838, determinou a inserção dos estudos históricos no currículo, a partir da sexta série.
Assim, a história incialmente estudada no país foi a história da Europa Ocidental, apresentada como a verdadeira História da Civilização. A história da pátria surgia como seu apêndice, sem um corpo autônomo e ocupando papel extremamente secundário.
Na República, a preocupação com a constituição da nacionalidade e a formação da nação esteve sempre presente. No plano de estudos deveria se estudar a biografia de brasileiros célebres e notícias históricas do Brasil Colônia e Império e a história da Proclamação da República.
A aceitação da História como disciplina nos ginásios oficiais em São Paulo não foi pacífica, porém foi uma posição vencida.
O fio condutor do processo histórico centralizou-se no colonizador português e, depois, no imigrante europeu e nas contribuições de africanos e indígenas. Procurou-se criar a ideia de nação resultante da colaboração de europeus, africanos e nativos, identificada às similares europeias.
Seu conteúdo foi determinado pelas ideias de nação, de cidadão e de pátria que se pretendiam legitimar na escola. Veiculou-se, assim, um discurso histórico que enfatizava de um lado, a busca do equilíbrio social, e, de outro, a contribuição harmoniosa, sem violência ou conflito, de seus variados e diferenciados habitantes (e grupos sociais) para a construção de uma sociedade democrática e sem preconceitos de qualquer tipo. Realçando, mais uma vez, um país irreal, mascarando as desigualdades sociais, a dominação oligárquica e a ausência da democracia social.
A América bem como a África foram praticamente esquecidas do currículo, na maior parte do período. No início da década de cinquenta, depois de intensos debates, o estudo da América foi introduzido.
No entanto, nesses dois séculos, vozes procuraram fazer surgir novas possibilidades de se ensinar história.
Defendeu-se a necessidade de os alunos adquirirem hábitos de investigação, de análise, de juízo, de generalização, de raciocínio lógico e de crítica, aceitando o aluno como corresponsável pelo seu processo educativo e fazendo-o compreender que a história irá ajudá-lo na compreensão de si, dos outros e do lugar que ocupa na sociedade.

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